Hoje, eu me percebi invejosa.
Justo eu que fico feliz com a felicidade alheia, como assim? Não podia ser!
Não sei como é a inveja por aí, mas eu imaginava que inveja era querer as coisas dos outros para mim e deixar eles sem. E, sinceramente, nunca desejei tirar nada de ninguém, JURO, apenas queria ter minha parte no tal pote no final do arco-íris – aquilo que eu sentia não podia ser inveja.
No entanto, finalmente, me dei conta que isso também é inveja – querer ter determinada coisa que outro tenha (não necessariamente tirar do outro), mas desejar a mesma coisa para si. Sim, estava confirmado, eu sou invejosa!
É estranho isso de desejarmos coisas para nossa vida, você não acha?! Vou explicar…
Tudo bem ter sonhos e, sinceramente, espero que você tenha vários e colecione inúmeras realizações ao longo da vida. Todavia, será que estamos realmente dispostos a pagar o real preço que esses sonhos nos exigem?
Independente do sonho/objetivo – um grande amor, emagrecer, ter uma barriga trincada aos 40 anos, conquistar o primeiro milhão, abrir uma filial, trocar de carreira, ter um filho, ou seja, lá o que você desejar, você já pensou a respeito dos prós e contras desses desejos na sua vida?
Vamos ver, por exemplo, ter uma barriga trincada aos 40. Se você passou a maior parte da sua vida mais sedentária do que ativa (como eu) convenhamos que talvez não seja uma tarefa tão simples assim ter uma barriga definida. Dieta focada, exercícios periódicos, intensos, talvez uma suplementação, exames constantes, dedicação, foco, horário para acordar, dormir – dependendo do seu estilo de vida, pode ser uma mudança radical de vida – um preço alto a ser pago, no qual a motivação para tal empenho também precisa ser bem especial, definida, bastante clara e de acesso constante.
Não estou aqui para jogar água fria nos seus sonhos, apenas quero te lembrar de que “querer” algo, não é condição suficiente para que as coisas aconteçam… Às vezes, pode ser um livramento, “… Livrai-nos do mal. Amém”. Te ligou agora, né?!
Talvez, você não veja graça na vida sem um happy hour com os amigos, uma cervejinha e uma pizza, ou quem sabe você seja alérgica aquele grande amor grudadinho que vive no seu pé (onde você vai, com quem, vai sair com as amigas? Posso ir junto).
Estou aqui brincando com os exemplos, mas é só para te chamar a atenção que a realidade é diferente da nossa ingênua expectativa. Você pode e deve pagar o preço que achar necessário para realizar seus sonhos, mas não esqueça que o recibo sempre vem, assim como consequências de suas ações também.
*Artigo originalmente publicado na Revista Statto em 13 de março de 2021. Disponível em : https://revistastatto.com.br/lifestyle/comportamento/qual-o-preco-do-seu-querer/
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